terça-feira, 19 de junho de 2012

MUDANÇA DE BLOG

Pessoal, agora o Metade da Laranja virou Sem Clichê!
Não postarei mais nesse endereço.


Acompanhem por lá: http://www.semcliche.com.br


Muito obrigada por esses dois anos incríveis.


Um beijo grande.


Marcella Brafman
@mabrafman

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Novos modelos de negócio




Delivery de namorado (a) para domingos: Esse tem tudo para ser um sucesso. Outro dia anunciei no Twitter e em menos de dez minutos tive seis pedidos. Pessoas loiras, morenas, ruivas, negras, brancas, mestiças, japoneses... Vai ter de tudo. O negócio é tranqüilo e ingênuo, nada de pensar besteirinhas. Você liga e encomenda o(a) namorado(a) e ele(a) chega na sua casa em apenas vinte minutos, a tempo de deitar com você no sofá e assistir ao Faustão. Caso queira esticar a conchinha até o Fantástico, o preço dobra. A única regra é não se apaixonar pelo “domingueiro de aluguel”. Pagando uma taxa extra, eu até consigo combinar com São Pedro para que chova. 

Aluguel de amigo gay para ir ao shopping: Nossa rotina anda muito acelerada, e quase não conseguimos recrutar uma amiga que também é super ocupada para ir ao shopping. Por isso, dê um basta para aquela vendedora que tenta te convencer que você está a cara da Lana del rey com aquela saia amarela de bolinhas verdes! O aluguel de amigo gay oferecerá as beshas mais sinceras e de bom gosto da cidade. A regra é não confundir o amigo gay com um amigo gay psicólogo, portanto, poupe a bee dos seus problemas pessoais. Você pode pedir a opção combo 5: amigo gay + amigo hétero para segurar as sacolas.

Água com Rivotril: Uma vez me contaram essa ideia e adorei – ela não é originalmente minha, mas estou aí para dar a porcentagem de créditos. Se vendesse por aí Rivotril misturado com água, o mundo seria uma música de Bib Marley. Só não pode exagerar, pois dizem que afeta a memória. E o que eu tava contando mesmo?

Aluguel de pessoas lindas e divertidas para te representarem em aniversários: Sabe aquela boate que você odeia e que um amigo “mais ou menos (só que mais pra mais) próximo” decide comemorar o aniversário lá? E aquele dia, que você tem três aniversários de três amigos e já está se sentindo velho para pular de festa para festa? Envie uma pessoa linda e divertida para ir no seu lugar. Com acréscimo de 50 reais, ela ainda leva o presente e faz discurso depois do parabéns. 

Word com corretor automático de gerúndio e um alerta que pisca e avisa “você tem certeza que vai publicar esse texto horroroso em algum lugar?”: não preciso nem explicar a utilidade enorme dessa invenção, né?

Se alguém quiser investir, meu e-mail é marcellabrafman@gmail.com

E é claro que vocês sabem que eu estou brincando.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Confusão na firma





- Olha, coração, ta difícil, cara. Você tem me feito de bobo pra todo mundo.

 - Calma, cérebro, fala baixo. Você e essa mania de falar tudo bem alto, como se não soubesse que sou 40% surdo…

 - É esse o problema, meu amigo. Eu grito e você não escuta. Entra por uma artéria e sai pela outra.

 - Não exagera.

 - Exagero é o tanto que você já se machucou. Sorte sua que preciso de você para outras tarefas, além de se apaixonar. Tipo, bater mais forte quando vê os sapatos da nova coleção da Schutz. Se não fosse por isso…

 - Você sempre grosso, pouco se lixando para os meus sentimentos… Só porque é cérebro acha que tá sempre na frente!

 - Mas eu estou.

 - Então prova.

 - Lembra aquela vez que você bateu mais forte pelo Paulinho?

 - Não queria, mas lembro.

 - Viu? Você é tão burro que até hoje lembra do Paulinho. Mas enfim… Lembra que eu disse que aquela mania estranha dele te ligar 1h a madrugada mostrava que ele não tava nenhum pouco a fim da nossa chefe? Que o coração dele nunca bateria que nem você?

 - Lembro mais ou menos. Isso eu fingi que esqueci. Na verdade só lembro do Paulinho quando toca Djavan.

 - Mentiroso! Você me faz mandar ordens para que os dedos fucem o Facebook dele quase todos os dias.

 - Não tenho culpa se acelero quando vejo recado daquela baranga…

 - Baranga? Coração, aquela loira era prima do Paulinho!

 - E eu com isso, Cérebro? Quem é mais esperto e detalhista é você. Não tenho culpa se não reparei que eles tinham o mesmo sobrenome. Você também não avisa!

- Você me desativou! Você sempre me desativa nesses seus momentos de desespero!

- É que você corta meu barato.

- Sei. E você me fez mandar a chefe dar o maior chilique na porta da casa dele! E ainda acordei todo dolorido de tanta tequila que tomamos para acalmar. Você não faz ideia o quanto tive que ouvir das pernas, depois daquele tombo que nossa patroa levou…

- A chefe gosta muito mais de mim. Olha, só, agora to super acelerado. Acho que o ex-namorado dela mandou mensagem.

- Você sabe que esse cara não te faz bem, não sabe?

- Alô? Quê, cérebro?

- Coração? Coração? Ta me ouvindo??

- Não, não escuto nada! Oi?? Alô, alô? Fala mais alto??? Desculpa, a ligação de veias está muito fra…ca!! Alôooo?

- Grrrrr! Você é um caso perdido! Detesto quando estou no meio do esporro e você me deixa falando sozinho. Depois não vem pedir que eu dê ordens para a chefe comer chocolate só para te aliviar. Nem vem.

Texto originalmente postado na minha Coluna Neura, lá no O Peixe Fresco. 

PS: Gente linda, nos próximos dias o blog não vai ser constantemente atualizado como de costume. Vem aí um projeto novo que tem me deixado muito feliz, ansiosa e com olheiras até as orelhas de não conseguir dormir. E o melhor: está sendo feito para vocês. Enquanto por aqui as coisas ficam um pouco paradas, vamos conversando lá no Twitter: @mabrafman.

PS2: Tenho recebido muitos e-mails referentes as dúvidas que respondo nas colunasD.R. e Cabecinha no ombro. Infelizmente, não consigo responder todos, além dos que escolho semanalmente para ambas. Mas continuem mandando. Sejam criativos e chorem com vontade no meu ombrinho. Eu leio todos e o seu pode ser escolhido para aparecer nas colunas. 


PS3: Obrigada pelo carinho, pelos comentários e críticas. Estamos aí para isso. Lembrando que eu sofria bullying quando era pequena. Não me mimem demais que eu fico chata. 


PS4: Agora é sério: obrigada de coração. As coisas estão acontecendo. Finalmente. 


PS5: Beijo, mãe! 

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Mitos e verdades sobre morar sozinha



Mito: Você vira dono do seu próprio nariz.
Verdade: Você realmente tem que tomar mais conta do próprio nariz (como todas as outras partes do seu corpo, já que não tem a mãe para “lembrar” sempre daquelas consultinhas no médico), mas enquanto você não se banca totalmente sozinho e/ou ainda pede socorro para os seus pais quando a coisa aperta, metade do seu nariz ainda é deles.

Mito: O apartamento está sempre pronto para festinhas e reuniõezinhas.
Verdade: É muito gostoso receber os amigos em casa, mas só quem mora sozinho sabe o quanto é chato ter que limpar toda sujeira no dia seguinte. Um simples vinho entre você e mais três amigos consegue mudar todos os móveis da sala de posição. E no meu caso, não tem empregada todos os dias. Então, a Isaura sou eu.

Mito: Você não tem que dar satisfação para ninguém.
Verdade: Meu pai, minha mãe e minha avó me ligam todos os dias á noite. Se eu não ligo por dois dias, eles falam que eu estou sumida, ou aprontando alguma coisa. Acredito que só não precisamos da satisfação para os pais, quando de fato viramos pais. Enquanto isso, você vai continuar recebendo ligações e eles vão querer saber “onde é que você vai”. Uma coisa é verdade e é uma delícia: não é preciso mais chegar em casa na ponta dos pés.

Mito: Você é rico.
Verdade: Na verdade, estamos quase sempre pobres. Por mais rico que uma pessoa seja, em alguns dias do mês, a grana fica curta. Principalmente depois do aluguel. É sentir no bolso e de fato dar mais valor para o teto que te cobre, o cobertor que aquece e o papel higiênico que limpa. Se eu pudesse resumir a sensação, diria que morar sozinho é ter que comprar o próprio papel higiênico. Quando moramos com a família, tem sempre um reserva no armário. E nem sabemos como ele chegou até ali.

Mito: Você não vai ter que se preocupar sobre o que o seu porteiro pensa de você.
Verdade: Conquistar a simpatia do porteiro é muito mais importante do que parece. Primeiro, porque é ele que toma conta do seu prédio, das suas contas e é a primeira pessoa que um vizinho recorre caso precise fazer alguma reclamação de você. E segundo: um bom dia educado dele pela manhã faz toda a diferença. Bom, pelo menos para mim, que sou sensível. Portanto, não deixo de dar o panetone no Natal.

Mito: Tem sempre uma vizinha velha e chata.
Verdade: Tem sempre uma vizinha velha e chata.

Mito: Você vai aprender a cozinhar e a lavar roupas.
Verdade: Aprendemos um pouco a lidar com o fogão (ou morremos de fome). No meu caso, não sobra muito tempo para aprender receitas, então apelo sempre para delivery e comidinhas fáceis. Só almoço fora de casa e minha geladeira é mais vazia que geladeira de igreja. Quanto as roupas, a máquina de lavar é a criação mais linda do mundo (depois dos lençóis de elástico, é claro). O máximo que você aprende muito bem é a esticar as roupas no varal em quinze segundos e a economizar sabão em pó. Ô, coisa que é cara, viu.

Mito: Você sai do supermercado cheio de sacolas. E isso é super legal.
Verdade: Se você mora com várias pessoas ou tem o costume de fazer comida como já disse lá em cima, rola sim uma compra maior de super mercado duas vezes por mês. Caso contrário, sua melhor amiga vira a mulher do caixa de 15 itens. Eu nunca consegui comprar mais de duas coisas de cada. Já passei algumas situações engraçadas no mercado quando comprei duas cenouras e uma maçã. Ou um miojo e três limões. É que se eu levo além do que vou comer, fica parado na geladeira e estraga. E geladeira com coisa podre dentro é a coisa mais chata de limpar do mundo – depois do banheiro.

(continua...)

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Carta para Mark



Chega, cansei! Precisamos conversar. Mark Zuckerberg, eu nunca gostei de você. Até fui ao cinema assistir o filme. Juraram que toda essa minha birra pré-histórica passaria quando te visse sendo interpretado por um cara bonitinho, e nada. Eu continuo te odiando de graça.
Você provavelmente já mudou a minha vida, se bobear o meu destino e me colocou em muita encrenca quando fez o Facebook. E eu não estou sendo dramática. Acho até que por sua culpa ainda não casei. (Leia isso com lágrimas nos olhos).
Por sua causa fico ansiosa a espera de uma mensagem inbox, atraso em uma média de sete dias qualquer tipo de paquera (até o cara resolver me adicionar já deu tempo de me confirmar em outros três eventos de outros possíveis três amores da minha vida) e tenho vontade de vomitar quando recebo uma cutucada. Pode acrescentar aí que eu também arrepio toda quando você me sugere adicionar o Pedro Henrique, que me fez chorar muito no recreio na sétima série, ou a Carolina que não conversava comigo só porque eu usava aparelho freio de burro. Sorte sua que ela está o triplo do meu peso. E o Pedro Henrique curtiu Molejo.
Sabe, Mark, minha vida seria muito mais fácil se a pessoa que eu conheci semana passada ligasse para o meu telefone fixo. Mas não. Você facilitou para ela que tem sérios problemas em contatos íntimos e dificultou para mim que acho um charme escutar a voz. Sem contar que deixou a coisa muito mais complicada quando eu e essa pessoa somos um casal e estamos inscritos na sua rede social. Ok que eu estou pouco me lixando para você, mas todos os meus amigos me ensinaram que se meu namorado não quer colocar que está em um relacionamento sério comigo, aí tem coisa. Eles também me ensinaram a não compartilhar a minha senha e a tomar muito cuidado onde faço login. Mas fala isso para o meu Iphone, Mark! A coisa fica ligada, é automático. Sobe até janela "push". Bobeou, e pronto, tô ferrada. Já pensou se um ladrão rouba e resolve escrever um blog com as minhas inbox? Putz! E se ele resolve recitar em praça pública minhas últimas conversas no chat?
Beleza, Mark, não estou brigando. Concordo com você quando diz que me ajuda pra caramba quando mostra que a vaca da ex dele vai estar no evento de quinta-feira, e por isso é melhor não ir. Mas na real, na real mesmo, você só está prejudicando minha formação social. É por culpa dessa sua ajuda que sou insegura socialmente. Se você não me contasse que a vaca estaria lá, eu não deixaria de ir à festa e seria mestre em encontrar pessoas que eu não quero ver nas baladas.
Outra coisa também tem me deixado meio chateada. Nessa eu até compreendo que a culpa não é somente sua. Tenho recebido convites para lugares que jamais freqüentei nem nos meus piores pesadelos. Nem naquele pesadelo que eu estou pelada na escola, estar em alguma dessas boates seria melhor. Promoters me convidam para uma média de dois eventos por dia – e isso não aumenta de nada minha popularidade, pois não faço ideia de onde eles surgem e em qual momento da minha vida aceitei a solicitação deles. Nessa você está perdoado, porque acredito que não planejou esse tipo de uso para a sua invenção. Mas e o aniversário da Luiza que eu só soube pelo telefone duas horas antes porque o evento privado que ela fez se perdeu no meio desse tanto de evento de pagode em letra maiúscula? Por essa eu não te perdôo jamais!
Olha que preferi nem jogar na sua cara a tal da "marcação" em fotos. Estudos apontam que 2 a cada 10 casais brigam por isso. Cara, na boa, como é colocar a cabeça no travesseiro sabendo que essa sua cara de anjinho, nerd e até meio sexy não passa de um disfarce de um destruidor de relacionamentos? (Desculpa, peguei pesado nessa, mas você mereceu).
Parece coincidência, Mark, mas enquanto escrevia esse desabafo, me convidaram para o "Último Ensaio do Axé Brasil 2012" e fui marcada em VINTE fotos completamente bêbada numa festa de comissão de formatura. E o Felipe? O Felipe estava online no chat, mas nem me cumprimentou.
Te odeio.

PS: Gente linda, nos próximos dias o blog não vai ser constantemente atualizado como de costume. Vem aí um projeto novo que tem me deixado muito feliz, ansiosa e com olheiras até as orelhas de não conseguir dormir. E o melhor: está sendo feito para vocês. Enquanto por aqui as coisas ficam um pouco paradas, vamos conversando lá no Twitter: @mabrafman.

PS2: Tenho recebido muitos e-mails referentes as dúvidas que respondo nas colunas D.R. e Cabecinha no ombro. Infelizmente, não consigo responder todos, além dos que escolho semanalmente para ambas. Pensando nisso, reativei meu Formspring, e duas vezes por semana respondo as dúvidas (resumidas, pelamor!) do pessoal por lá. Beleza? Corre lá e desabafa pra Má.

PS3: Obrigada pelo carinho, pelos comentários e pedradas no tuíter. Estamos aí para isso. Lembrando que eu sofria bullying quando era pequena. Não me mimem demais que eu fico chata.


PS4: Agora é sério: obrigada de coração. As coisas estão acontecendo. Finalmente.


PS5: Beijo, mãe!

sexta-feira, 30 de março de 2012

Da série: diálogos com a minha mãe


- Oi, mãe. Diga.

- Filha, tá boa, né? Me lembra uma coisa... Você é da época dos Mamonas Assasinas?

- Sou, ué. Lembro quando eles morreram.

- Você lembra o ano?

- Não.

- Tadinhos, tão novos. Um acidente de avião horrível. Lembro que era um domingo. Eu escutei na rádio. Tadinhos. Sobrou nem um pedacinho.

- Tá mãe, preciso trabalhar. Só isso?

- Não. Você lembra das músicas?

- Claro. Algumas.

- É que eu to com aquela deles na cabeça “Complicada e perfeitiiinhaaa.. nananana”.

- Te amo, mami. Beijos.

- Tchau, amor!

(Nem falei que era do Raimundos para não contrariar. Dizem que a menopausa é um perigo...)

PS: Gente linda, nos próximos dias o blog não vai ser constantemente atualizado como de costume. Vem aí um projeto novo que tem me deixado muito feliz, ansiosa e com olheiras até as orelhas de não conseguir dormir. E o melhor: está sendo feito para vocês. Enquanto por aqui as coisas ficam um pouco paradas, vamos conversando lá no Twitter: @mabrafman.

PS2: Tenho recebido muitos e-mails referentes as dúvidas que respondo nas colunas D.R. e Cabecinha no ombro. Infelizmente, não consigo responder todos, além dos que escolho semanalmente para ambas. Pensando nisso, reativei meu Formspring, e duas vezes por semana respondo as dúvidas (resumidas, pelamor!) do pessoal por lá. Beleza? Corre lá e desabafa pra Má.

PS3: Obrigada pelo carinho, pelos comentários e pedradas no meu óculos de grau. Estamos aí para isso. Lembrando que eu sofria bullying quando era pequena. Não me mimem demais que eu fico chata.


PS4: Agora é sério: obrigada de coração. As coisas estão acontecendo. Finalmente.


PS5: Beijo, mãe!

segunda-feira, 26 de março de 2012

Os homens que você deveria esquecer


O que te pede pra pagar a conta no (final do) primeiro encontro: Não estou sendo feminista ou machista. Estou sendo apenas sensata e já estou cansada de ouvir como termina este primeiro exemplo clássico. A maioria das mulheres são adeptas aos direitos iguais, e quem lê as minhas colunas sabe que sou defensora da divisão dos gastos e acho bacana a sinceridade de um cara falar ‘pô, to duro, preciso maneirar na grana’. Mas tudo tem limite, intimidade e hora certa. O cara te chama para um restaurante chiquerérrimo, vocês bebem vinho da safra de 1200 e bolinha, comem entrada, prato principal, sobremesa e café e ele só avisa que tem caranguejo no bolso na hora que a conta chega? Me desculpe, mas não vai rolar. Ninguém chama uma mulher para um primeiro encontro em um restaurante bacana sem como bancar, ou deixar explícito que ambos bancam. Aceite: desde a época da nossa avó é assim. A única solução é (ele) lavar os pratos.

O que adia o encontro porque está cansado do trabalho: O cara mora a três bairros do seu, o encontro está marcado há três dias e quando você já está passando o batom, ele liga para desmarcar e adiar para outro dia (ou simplesmente envia um whatsapp “chinfrim”)? Então deixa eu contar um pouco como anda o universo feminino. Nós também temos três reuniões por dia, conversamos com cinqüenta clientes pelo telefone, e ainda assim, arrumamos vinte minutos para ir ao salão e fazer as unhas com o laptop no colo respondendo e-mails. Neste mesmo dia que temos um trilhão de coisas para fazer e um encontro marcado, ficamos ansiosas e nos entupimos de café e levamos esporro do chefe porque geralmente ficamos com a cabeça na lua e enviamos o e-mail do cliente para o endereço errado. Não comemos a tarde inteira só para caber bonita no vestido e nos depilamos igual um cometa Halley no banho para outras coisas ficarem bonitas também. Receber uma SMS, um whatsapp ou uma ligação às 19h é um desaforo a doze horas de preparação física e psicológica.

O que tem namorada/esposa/rolo/rabo preso: Esse é fácil de explicar. Dois corpos não ocupam o mesmo espaço. E já basta uma mulher sofrendo, né? Pra quê duas?

O que te chama para jantar e ao invés disso te leva para a balada: Um encontro com um cara super interessante, charmoso, cheiroso e gentil á primeira vista, merece uma roupa nova. Uma roupa nova merece uns quilinhos a menos. Uns quilinhos a menos, merecem 24 horas comendo igual um passarinho (sim, somos loucas e às vezes e acreditamos na dieta á jato). E tudo isso merece um jantar que valha a pena não ter comido o dia inteiro + uma companhia super agradável que valha a pena acreditar que o amor ainda existe depois de tanto tempo quebrando a cara com homem zé ruela. Se o cara disse jantar e te levou para a balada de estômago vazio e você bebeu um copo de qualquer coisa com vodka só para socializar, o problema é dele. Quem vai ter que segurar a sua cabeça no final da noite enquanto você beija a privada é ele. Boa sorte (para ele).

O que não larga o telefone a noite toda: É muito bacana o fato dele ter um smartphone e vocês brincarem de Instagram tirando foto do sushi, fazer check- ins nos lugares bacanas que conhecerem e matar meio mundo de inveja do tanto que a vida de vocês é tecnológica e sintonizada. Mas tudo tem limite. Olho no olho é regra três. Telefone educado é aquele que fica ali, na mesa, ao ladinho da carteira. Celular que toca igual telefone de p*** é deselegante. E que não sai da mão também. A não ser que ele seja o Ashton Kutcher em época de estreia de filme. Aí nem eu me importo. E ainda ligo para o cara no dia seguinte.

O que briga no trânsito (ou o cara que dirige como se estivesse jogando Daytona): Não precisa ser mole igual tartaruga, não precisa correr demais igual papa-léguas. Homens não fazem idéia da quantidade de pontos que ganham com a gente ao sorrir, fazer um joinha com as mãos e deixar aquela velhinha de bengala passar. Brigar no trânsito além de ser perigoso, é desagradável. Ouvir palavrões, chiliques e faniquitos de um machão de 1,80m de altura dá vergonha. Está com pressa? Vai tirar carteira de moto. E não nos convide para ir na garupa.

O que só te leva para sair com a família: Conversar com aquela tia que fala demais, duas vezes, é tranqüilo. Agüentar as observações e olhares da prima baranga três vezes, dá também. Responder sem graça a avó que pergunta quando vocês vão casar e quando chega o bisnetinho, quatro vezes, rola. Conhecer os sogros rápido, então, tem mulher que sonha. Mas sogra legal é aquela que respeita o espaço, é gentil, e de vez em quando a gente esbarra com ela no corredor, sai para tomar um café, passear no shopping. Se conviver muito com a família da gente às vezes já é chato, imagina com a dos outros.

Enfim…Essa lista poderia ser infinita, mas é melhor que você descubra sozinha.

Texto de minha autoria, originalmente publicado no site Verdade Feminina.

PS: Gente linda, nos próximos dias o blog não vai ser constantemente atualizado como de costume. Vem aí um projeto novo que tem me deixado muito feliz, ansiosa e com olheiras até as orelhas de não conseguir dormir. E o melhor: está sendo feito para vocês. Enquanto por aqui as coisas ficam um pouco paradas, vamos conversando lá no Twitter: @mabrafman.

PS2: Tenho recebido muitos e-mails referentes as dúvidas que respondo nas colunas D.R. e Cabecinha no ombro. Infelizmente, não consigo responder todos, além dos que escolho semanalmente para ambas. Pensando nisso, reativei meu Formspring, e duas vezes por semana respondo as dúvidas (resumidas, pelamor!) do pessoal por lá. Beleza? Corre lá e desabafa pra Má.

PS3: Obrigada pelo carinho, pelos comentários e pedradas no meu óculos de grau. Estamos aí para isso. Lembrando que eu sofria bullying quando era pequena. Não me mimem demais que eu fico chata.


PS4: Agora é sério: obrigada de coração. As coisas estão acontecendo. Finalmente.


PS5: Beijo, mãe!