sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Os poliamoristas existem e querem ser felizes


Escrita com:
Bruna Luiza
Fernanda Castello Branco

Um é pouco, dois é bom, três é demais? – Geralmente, quando as pessoas começam a aprender um pouco mais sobre o poliamor e surge o interesse em aderir, as primeiras dúvidas a surgir são: “Mas como funciona? Como faço para me relacionar com mais de uma pessoa? Como acontece a formação? Onde encontro pessoas que pensam da mesma forma? É considerado errado? Ela/ele vai ficar com outra pessoa?”. Via de regra todos querem ser livres, mas não querem deixar o parceiro o ser. E, senhoras e senhores, apresento à vocês o grande vilão dos poliamoristas: a posse.

Mas antes deixe que o poliamor se apresente. O poliamor é um tipo de relação em que cada pessoa tem a liberdade de manter mais do que um relacionamento ao mesmo tempo. Não segue a monogamia como modelo de felicidade, o que não implica, porém, a promiscuidade. Não se trata de procurar obsessivamente novas relações pelo fato de ter essa possibilidade sempre em aberto, mas sim de viver naturalmente tendo essa liberdade em mente.

Tal como o próprio nome indica, poliamor significa muitos amores, ou seja, a possibilidade de amar mais do que uma pessoa ao mesmo tempo. Difere de outras formas de não-monogamia pelo fato de aceitar a afetividade nas relações extra-conjugais. Chamar o que se sente pelo outro de amor, paixão, atração ou carinho, é apenas uma questão de terminologia. A idéia principal é admitir as variedades de sentimentos que se desenvolvem em relação à pessoas distintas e que vão além da mera relação sexual.

De acordo com Júlia (o nome foi alterado a pedido da entrevistada), casada há 10 anos e adepta do relacionamento aberto, a principal regra para conseguir levar tudo isso adiante é sempre entender que o outro quer estar com outras pessoas, mas que isso não muda em nada a relação e o sentimento entre eles. “Acho que essa é a base para o relacionamento dar certo, acreditar nos sentimentos do seu companheiro, conseguir entender que sentir atração por outras pessoas não quer dizer que o amor diminuiu, é querer emoções diferentes. Já tivemos muitas regras que acabaram não sendo levadas adiante, mas a principal e praticamente única é respeitar o sentimento do outro”, ressalta.

O novo conceito de amar pressupõe uma total honestidade no seio da relação. Tem o pressuposto de que todas as pessoas envolvidas estão cientes da situação e se sentem confortáveis com ela. Não se trata de enganar nem magoar ninguém, afinal - como já diz o ditado - o combinado não sai caro. E como tudo é conversado, esclarecido e combinado, não existe traição. A traição consta na quebra da regra, quando não se é honesto com o parceiro. “Algumas vezes quebramos as regras também, o que poderia ser entendido como uma traição, mas como não era nada sério criamos o vale-tíquete traição, quando um quebra a regra o outro tem direito de quebrar também”, afirma Júlia. “Uma vez ele ficou com uma amiga em uma época que tínhamos combinado não ficarmos com amigas. Eu não senti nem um pouco de ciúmes e isso não foi motivo de briga, mas para não deixar barato, afinal uma regra foi quebrada, perguntei pra ele qual punição ele se daria e ele disse que ficaria um ano sem ficar com ninguém”, lembra.

Ao contrário da monogamia romântica, tal movimento acredita que é mais feliz, saudável e natural que as pessoas amem e sejam amadas por mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Segundo Júlia seria muito chato ficar casada por tempo indeterminado sem ficar com outras pessoas. “Ficar com outras pessoas é algo que nos faz bem, nos deixa alegres e também confiantes, no sentido de saber que somos capazes de gostar de outras pessoas, de ter prazer com outras pessoas, de conquistar outras pessoas. Então se estamos juntos é porque nos gostamos, nos damos bem, e não por não ter conhecido outras possibilidades”, afirma Júlia.

Diferentemente do amor livre, este tipo de relacionamento dá mais ênfase à amizade e ao companheirismo, e não somente ou necessariamente ao sexo – como no swing. Assim, os adeptos do poliamor defendem a possibilidade de envolvimentos responsáveis, profundos e até mesmo duradouros com dois ou mais parceiros, simultaneamente.

Foi na tentativa de conseguir esse ideal de relação que Rafael S. e Ana M. (o nome foi alterado a pedido da entrevistada) tentaram um namoro à três. Eles, que namoram há oito anos e estão noivos, resolveram primeiro tentar o famoso ménage à trois. Ana apresentou uma colega de faculdade para Rafael, Luma, ele gostou dela, eles fizeram a proposta e Luma topou. Foram para o motel. “Meu cabelo nunca ficou tão emaranhado quanto naquela noite”, ilustra Ana. “Era pra ter sido só um ménage, assim, sem compromisso. Mas foi tão divertido que a gente repetiu, e repetiu, e repetiu. Quando vimos, assumimos um namoro”, afirma.

O que aconteceu? O namoro durou dois meses, mas não foi para frente. Rafael acredita que em primeiro lugar há alguns problemas em relações com três participantes, seja qual for o tipo da relação, pois quando um interage com o outro, um terceiro sempre acaba excluído. Ana acha que Luma era, na verdade, heterossexual e que por isso só queria ficar com Rafael. Ela teve certeza quando seu noivo contou que um dia Luma disse que só estava topando isso por causa dele.

Para Ana tem que ser muito forte pra ver "sua" pessoa com outro alguém. “Depois de oito anos juntos é claro que o Rafael ficava muito mais animado com a Luma do que comigo. É chato quando você não seduz mais o seu namorado, enquanto que com outra pessoa bastava ele olhar pra querer sexo”, confessa.

Se Luma tinha poucas tendências bissexuais a relação fica mesmo muito limitada. Isso porque a relação a três pressupõe ao menos duas pessoas do mesmo sexo na relação. Por exemplo, um casal heterossexual pode escolher uma mulher ou um homem, mas necessariamente terá algum gênero repetido. O relacionamento poligâmico está atrelado à homo ou à bissexualidade e essa pode ser a explicação para tanto tabu.

Segundo a psicanalista e escritora carioca, Regina Navarro Lins, o amor romântico, com contrato de exclusividade, está sendo aos poucos substituído por uma união mais baseada no respeito e companheirismo. Segundo ela, o contrato do casamento-fusão vai contra à tendência social de busca pela individualidade e potencialidades íntimas. Neste contexto, os valores tradicionais de relacionamento não estão dando mais respostas satisfatórias e, com isso, se abre espaço para descobrirmos uma nova forma de viver. "No futuro próximo, cada vez mais pessoas vão preferir se relacionar com várias outras a se fechar numa relação a dois", disse a psicanalista em entrevista recente para uma revista de comportamento.

Mas ainda não é bem assim, o preconceito existe. Segundo Rafael, quando sua mãe descobriu da novidade no relacionamento do filho ela ficou absolutamente chocada. Disse que era a decadência do respeito familiar e chegou a comparar o namoro de três com pedofilia. “Achei bizarra a comparação. Parece que há uma falta de parâmetro entre as coisas ‘moralmente condenáveis’, de forma que não haja distinção alguma entre os ‘fatos extraordinários’”, conta.

Mas ao que se deve a decadência do casamento tradicional e seus valores? Segundo Regina as uniões duram cada vez menos porque o amor passou a fazer parte delas. Quando esse sentimento não era considerado - modelo que perdurou por milhares de anos - as expectativas eram outras. As principais: o marido ser provedor e respeitador e a mulher dona de casa prendada e respeitável. Com muita sorte, desenvolvia-se estima pelo cônjuge. Quando o amor entrou no casamento para valer, no século XX, as expectativas mudaram, passando a abranger realização afetiva e prazer sexual. “Com isso, o nível de frustração das pessoas aumentou”, afirma.

Regina ainda afirmou que nota sinais contundentes de que essa perspectiva está se alargando. Contou que atende muitos casais com filhos pequenos que nos fins de semana freqüentam casas de swing, onde transam com desconhecidos. “Quando um homem iria levar a própria esposa para transar com outro cara?”, pergunta.

O swing

A prática do swing também pode ser considerada uma nova forma de se relacionar dos tempos modernos. Existem dezenas de casas espalhadas pelo Brasil, onde, o objetivo principal é proporcionar a troca de casais e experiências sexuais entre eles.

Em Belo Horizonte, há 8 anos, a Swing Clube BH é famosa no cenário de casas próprias para tal prática. A casa fica na orla da lagoa da Pampulha e possui ao todo quatro andares recheados de cômodos. Ao ser recepcionado, o cliente é revistado e em algumas noites, é proibida a entrada de homens solteiros. Apesar de transparecer um ambiente sem regras, o dono da casa deixa claro que há um limite de homens solteiros. Na festa "Balada", por exemplo, é de somente 9, onde o objetivo principal da noite é que os casais tenham a oportunidade de encontrar uma terceira pessoa para "apimentar" o relacionamento.

No primeiro andar, um lounge onde os casais se sentam e de maneira tranqüila trocam olhares, escolhem e são escolhidos. Guilherme Andrade, 25 anos e freqüentador assíduo da casa, explica: "O olhar aqui é tudo. As pessoas se descobrem assim. Se um casal está trocando muitos olhares penetrantes com o outro, é o primeiro passo para uma conversa mais íntima, ou para ir direto ao ponto. Muitos têm relações sexuais na própria casa, mas há também os casais que saem em busca de lugares mais privados”, explica.

Nos outros três andares, camas de grupos, aquários (para a prática do vouyerismo), cabines fechadas e o famoso "darkroom", onde as pessoas se tocam sem se verem. Dentre as regras da casa de swing está a de não poder circular pelado. No meio da noite, se inicia um show de strip tease na boate do primeiro andar. Mulheres costumam subir na bancada do bar e tirarem a parte de cima das roupas. É nessa hora que os casais se soltam e se formam, para subir para os três andares acima, onde tudo acontece.

Casados há 20 anos, Andrea e Paolo praticam o swing há 10 anos. Andrea contou que foi com Paolo que perdeu sua virgindade e que, depois que os filhos nasceram, o swing veio como uma forma de não deixar a relação cair no comodismo. O casal tem dois filhos de 10 e 12 anos e viajam para fora de Minas Gerais para o swing e conhecem casas espalhadas por todo o país. "Comecei com a curiosidade de fazer sexo com uma mulher. Gostei, o Paolo não se importou e desde então fazemos o swing ao menos uma vez por semana”, conta Andrea com entusiasmo. Quando questionada o porquê de começar a fazer o swing depois de tantos anos de casamento, ela explica que sempre conversou com homens em salas de bate-papo online e Paolo não se importava e despertou nele uma vontade de participar. “Conheci uma mulher pela internet e me interessei. Ela foi a minha primeira experiência, em São Paulo, e desde então já conhecemos vários casais e mantemos contato com alguns até hoje”, conta Andrea.

Muitos confundem a prática do swing com a falta de amor nos relacionamentos. O casal Andréa e Paolo e muitos outros que freqüentam a casa de swing na Pampulha, mostram que essa perspectiva nem sempre é verdadeira. “Observar o seu parceiro tendo relações sexuais com outra pessoa não implica falta de amor. Pelo contrário, mostra segurança, coisa que temos de sobra no nosso casamento”, afirma Paolo.

Apesar do amor existir entre o casal, ele não pode existir na prática de swing, com os outros casais envolvidos e é nisso que o swing se difere do poliamor.

Uma questão de liberdade

Como já vimos, é preciso muita segurança, amor, companheirismo, sinceridade e respeito para que esses desdobramentos se tornem possíveis na relação. Com tantos adjetivos positivos, aonde é que foi parar os clássicos ciúme, posse, dor de cotovelo e dor de corno?

Nós fomos acostumados a acreditar que o ciúme faz parte da natureza humana e do amor. Há quem fique arrasado se o parceiro não sente ciúme, pois entende que não é amado. Os poliamoristas dizem que o ciúme nasce do medo da perda. No caso deles, isso não está em jogo, porque é permitido amar mais de uma pessoa sem preterir nenhuma.

Segundo Regina Navarro a preocupação com a fidelidade é uma paranóia coletiva, uma doença. “Para viver bem precisamos de coragem para romper com valores equivocados que nos foram transmitidos. As pessoas sofrem muito e desnecessariamente por causa de suas fantasias, desejos, medos, culpas, vergonha. Homens e mulheres só têm de se preocupar em responder a duas perguntas: sinto-me amado(a)? Sinto-me desejado(a)? Se a resposta for positiva, o que o outro faz quando não está ao meu lado não me diz respeito. Mesmo porque é uma ilusão achar que controlamos alguém”, disse.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Tim-tim!


Vamos lá...

Prometi um post por dia (sério que você achava que ia ter esse tempo agora, Marcella?), e ao invés de ficar de lero-lero devia era compensar com mil textos novos, eu sei. Mas isso não vai demorar a acontecer. As coisas estão se ajeitando, não brigo mais com meu gmail e até adaptei horário de academia e revi minhas prioridades, de um jeito que sobre muito tempo para investir na pessoa que mais importa para mim e tem me dado ótimos resultados: eu mesma. Euzinha.
Enfim, tem muita coisa acontecendo e nunca estive tão feliz. Não é texto novo, mas escrevo para compartilhar a última: agora faço parte do blog Acidez Feminina.

Pausa: TIM-TIM!!!!! Um brinde!

Então, se você surgiu aqui sei lá de onde, dá uma passadinha por lá também! O Acidez Feminina é um blog de assuntos femininos sem nhemnhemnhem (a gente precisa é disso) da bonitona Acid Girl. Assumi a coluna "Encoste sua cabecinha no meu ombro e chora", que basicamente segue o modelo das DRs que faço, mas digamos... um pouco mais apimentadinhas (18+ only!).

A coluna DR no Mundo Ela continua toda quinta. De vento em poupa!

A Neura no O Peixe Fresco também.

Beijos,

Marcella
@mabrafman

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Experiência Antropológica: Feira Erótica


Ontem, 09/10, fui a feira erótica Hot Fair 2011 a convite do Mundo Ela. Abaixo o texto com as minhas impressões que saiu no portal.

Não fazia a menor ideia do que era. E tampouco tinha ido a uma feira erótica. Até receber o convite para cobrir um dia de Hot Fair 2011, a feira erótica que aconteceu em Belo Horizonte da última quinta, 7, até as 22h de ontem, domingo. O Mundo Ela recebeu o release de Lu Riva (também conhecida como “Lu Pompoar, especialista nas artes sensuais”), personal sexy trainer, paulista e uma das atrações principais do evento. Pesquisei sobre o pompoarismo, li artigos, entrei no site da Lu e topei. Como combinado por telefone, ela e seu marido me esperariam em seu stand. Coloquei o namorado a tiracolo e fomos ao Iate Clube, onde acontecia a feira.

O pomparismo vai muito além do que muitos pensam quando olham para as bolinhas amarradas por cordas. É originalmente uma técnica milenar que veio lá da Índia, com intuito de aumentar a longevidade e o desenvolvimento espiritual da mulherada. Em 1950 foi adotado por um ginecologista alemão para fortalecer o músculo pélvico e hoje em dia é considerado pela medicina uma “ginástica íntima feminina”. Além dos diversos benefícios que o pompoarismo traz para saúde (como contarei melhor abaixo), a ginástica promete um “up” no relacionamento e um orgasmo daqueles. É. Pois é.

Lu Riva é muito simpática e assim que cheguei ao evento me recebeu e explicou perfeitamente sobre a arte do pompoar e todos os seus kits. Além do Kit principal, o Lu Pompar, que contém todo o material necessário (vibrador, as famosas bolinhas “Bem Wa”, colar tailandês) e o livro “Prazer e Saude” que ensina a técnica de forma fácil e permite que a mulher aprenda sozinha, a pompoarista também é fera em ensinar massagens sensuais e lições de strip-tease.

Lu me contou sua história especial com o pompoarismo. Foi ele quem a curou uma crise de infecção urinária que não passava nem com medicamentos fortes. Ela pesquisou sobre doenças do trato urinário e descobriu a técnica. Pensou “porque não tentar?”. Desde então, há sete anos, é a única especialista do assunto que acompanha de fato a aluna e participa de feiras em todo o país. Em São Paulo, promove aulas particulares e em pequenos grupos. “Ensinar o pompoarismo é uma missão para mim. Melhora a saúde feminina, desperta a líbido e coloca mais prazer na vida das pessoas. A mulher que conhece a técnica passa a desejar mais e ser mais desejada”, conta com muito orgulho Lu Riva.

O pompoarismo é uma prática que necessita ser desenvolvida aos poucos e ao longo do tempo. Perguntei se só comprar os acessórios basta, e a pompoarista alerta: “Pegar sem instrução é como pegar um aparelho de ginástica e não saber usar!”. Portanto, todo cuidado é pouco.
Bom, e se melhora mesmo a vida a dois? “São experiências sexuais indescritíveis, que despertam sensações inimagináveis. Não dá para explicar a sensação de tão boa!”. Palavras do marido da Lu. Fica a dica, mulherada.

A feira

Stands que vão desde massagens tântricas (sim, feitas lá mesmo) até colheres em formatos de vaginas. Na entrada, damos de cara com um touro mecânico rosa em formato de pênis e um animado drag queen comandando o tumulto que acontece em volta da brincadeira. A programação promete talk shows, debates, shows de pole dance e um Espaço Vouyer onde você assiste do lado de fora o que acontece dentro de uma tenda escura. Curiosos de 20, 40, 60 e 70 anos. Sem neura e papas na língua, ao chegar perto dos stands somos convidados a entrar e ouvir um pouco de cada produto. Vi e ouvi de tudo. No stand de massagem tântrica a quatro mãos, o especialista Otto, apontando para a cortina preta que escondia o espaço, explica: “As massagens são feitas aqui, e com roupa. Na feira não pode pornografia”.
“A fantasia que mais sai é a de colegial, depois enfermeira e policial. De novidade? Essa cueca com pimentinhas bordadas e o vibrador que ejacula. Saiu aos montes!”, contou empolgada a vendedora no stand de “Fetiches”. Tudo bem organizado e divertido. A sensação que tive é que se você entra no clima, nem vê o tempo passar.

Um estranho no ninho

Um stand lotado. Das duas vezes que passei me assustei com os “diferentes” brinquedos adquiridos por quem saía de lá. Atendendo os clientes, me chamou atenção o adulto com carinha de adolescente David. Entendido do assunto (tamanhos, formatos, pra quê serve), me espantei ainda mais quando o mocinho confessou que tinha 19 anos e era virgem. David explicou na maior tranquilidade que não precisava praticar para entender (será?), e que namora há 11 meses, mas espera o momento certo para as coisas acontecerem com a namorada, 3 anos mais nova. “Sabe o que é? De princípio eu quero amor, e não sexo”. David ganhou meu coração.

E já que é sempre bom juntar o prazer com saúde, não posso deixar de contar que o stand “Nipoon Hood” vendia gel DIET de todas as cores e sabores. Sem glúten.

Até a próxima experiência antropológica,

Marcella

Para saber mais sobre a técnica do pompoarismo, o trabalho da Lu Riva, comprar seus livros ou entrar em contato, acesse o site: http://www.lupompoar.com.br/.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Os opostos também dormem de conchinha


Você que procura alguém que te completa em tudo: você quer um relacionamento ou um álbum de figurinhas?

Já parou para pensar que essa pessoa “certa” que se “parece muito com a gente” pode estar é muito errada? Que graça tem em 1 + 1 somar 1? Já somos egocêntricos demais para amar todas as nossas qualidades repetidas em alguém.

Relacionamentos existem para, oras, a gente aprender a se relacionar. Nada melhor que o diferente para acrescentar. Que mania é essa de procurar um namoro fácil? Que graça tem nisso? Alôu mundo! Onde foram parar os casais cafoninhas “Eduardo e Monica”? Eles ainda insistem em existir? Acho que desistiram de se amar por preguiça. Vida tão corrida, tão difícil, pra quê dar mais trabalho pro coração, né?

Acho um porre aquele casal que gosta das mesmas coisas, que faz as mesmas coisas, que comenta as mesmas coisas. Insuportável aquele casal que se parece fisicamente, que ela mede 1,65 e fica bacana de salto ao lado dele porque ele tem 1,80. Acho bonito mesmo o torto. É não saber bulhufas de Steve Jobs e comprar “O Fabuloso Império de Steve Jobs” para ele de aniversario. É colocar o salto alto e problemas se você ficar maior porque você gosta de salto e, e daí, se ele não abandona o All Star preto sujo? Levar ela para aquele bar de rock da esquina para beber uma cerveja gelada e na semana seguinte a acompanhar na exposição de fosseis de dinossauros. Ouvir Norah Jones sem meter o dedo no rádio do carro dela, porque amanhã ela vai ter que escutar Nirvana no talo no seu. Não entender de economia, não entender de revista de fofoca, não entender de política externa, não entender porque caracoles aquilo ali era um impedimento. Mas entender perfeitamente todas as qualidades da pessoa única e diferente que existe ao seu lado.
Porque no final das contas, o que carece de medidas iguais, é só o sentimento.
Se liberte um pouco dessa busca bitolada. Quando você se der conta, vai continuar ouvindo seu CD do Rolling Stones. Mas é a namorada do cara que gosta de ópera.

Um viva as diferenças que unem dois opostos num mundo onde tem tanta coisa igual!

domingo, 2 de outubro de 2011

Um brinde ao amor tranquilo


O melhor amor do mundo é o amor tranquilo. Aquele que não assusta, não te faz acordar no meio da madrugada, não deixa o coração na boca e nas mãos. O melhor amor do mundo é amar em paz.

Que me desculpem aqueles que gostam de emoção. Depois de uns anos e um pouquinho de experiência, a gente deixa o ciumes e a insegurança lá na paixão. A paixão é imatura e sabe lidar com os embaralhos do coração. O amor tranquilo é maduro e não aceita lidar com meninice.
Esqueçam os joguinhos. Falar e berrar nossos sentimentos fazem parte sim do melhor amor do mundo. Mas com a deliciosa diferença de se faz tudo isso junto. A gente também explode. Só que na mesma intensidade.

Amar em sintonia. Sem sufoco. O melhor amor do mundo aparece nas pequenas coisas. O amor tranquilo faz ler pensamentos. E o que ele tem de mais sincero é o andar de mãos dadas.
Eu faço um brinde a emoção que o melhor amor do mundo nos faz sentir. A de que haverá sempre a manha seguinte, o próximo beijo, os futuros planos. Tim-tim para a segurança de um coração tranquilo.