quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Dedo podre


Hoje lembrei da Beatriz, minha primeira psicóloga, que dizia que eu era péssima em fazer escolhas. Eu tinha doze anos. A escolha mais importante que uma menina de doze anos faz é entre a Barbie Ginasta e a Barbie Apinista. E Beatriz já deixava claro que eu seria uma negação para escolher qualquer outra coisa. Sorte dela que eu mudei de psicóloga antes do meu primeiro beijo. Ela mal sabia das escolhas mal feitas que estavam por vir. Em matéria de escolha de homens, sou ótima em escolher os piores - igual escolher no super mercado um cacho de bananas que ao que tudo indica, no mesmo dia vai apodrecer. E ainda levar pra casa.
Voltando a Beatriz, me lembrei dela, ao chegar na temida conclusão de que sou uma péssima "escolhedora" desde então. Desde a Barbie Ginasta. Quando na verdade, eu nao queria a Barbie Ginasta e talvez a Alpinista. E no final das contas, mesmo que eu ganhasse as duas, na verdade eu não queria nenhuma delas. A Barbie que eu mais desejava não era nem a Ginasta e nem a Alpinista. Era a Dançarina. Eu já errava a escolha antes mesmo de escolher. E as evidências deixam claro que continuo fazendo isso até hoje com a minha vida afetiva.
Evidência número 1: se estou em uma boate - aquele local onde pessoas ficam expostas como vitrines, fingindo que são super felizes, mas no fundo preferiam estar em casa comendo pizza e fazendo sexo - e na pista de dança, me olham três caras pegáveis. Um médico bem sucedido e gente boa, um engenheiro inteligente e a fim relacionamentos sérios e um vagabundo que acabou anteontem um relacionamento com uma mulher muito psyco-crazy. Adivinhe qual eu vou escolher. "Escolher", na verdade. Porque eu faço a escolha antes mesmo de fazer a escolha. Eu tenho o também conhecido como "dedo podre", "coração podre" e desconfio que até o cérebro já apodreceu um pouco. Não me venha com o clichê "você está frequentando os lugares errados". Uma vez fiquei três semanas sem sair de casa. Da agência para o meu quarto, do meu quarto para a casa da minha mãe. E mesmo assim conheci um cara podríssimo na fila do Detran. Não me venha também com aquele outro clichê "qualquer dia ele aparece", porque eu também já estou convencida que o amor da minha vida sou eu. Se o amor da nossa vida aparece de repente na nossa porta, o meu tocou a campainha e saiu correndo.
Evidência número 2: quanto mais complicado, melhor. Quanto mais biruta da cabeça, mais eu gosto. Quanto menos tempo ele tem para mim - o que não quer dizer que gosto de caras escrotos - mais eu gamo. Repito: o que não quer dizer que eu gosto de caras que não dão a mínima para mim, já falei sobre isso em outro post. Tem que ser conquistável, mas de um jeito completamente diferente do que pessoas que escolhem com facilidade estão acostumadas a fazer. É que o radar também é podre. É uma coisa de atração podre também.
Então, Beatriz, seguinte, tô ligando hoje mesmo e marcando consulta para semana que vem. Ainda tá em tempo, não tá?

3 comentários:

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  2. Faz o seguinte, da próxima escolha quem você NUNCA escolheria. Quem sabe dá certo. Porque eu também sou SUPER confusa assim. Minha avó dizia que eu tenho 2 corações e até hoje ainda acredito nisso. Fico na dúvida se quero bolo de chocolate com cereja ou morango. E também já ouvi tudo isso de: "está procurando no lugar errado", "você não sai de casa", "ele vai aparecer um dia" (só espero que este dia não seja o meu funeral), enfim... A única coisa que aprendi, além de que o amor da minha vida também sou eu é que enquanto o cara certo não vem, os errados servem para nos ensinar a lidar com as diversas personalidades que existem no mundo, o que nos torna um pouco psicólogas, que o soneto de Vinicius é a mais pura verdade pois enquanto durou realmente parecia eterno, e que quando nós desencanamos SINCERAMENTE deste sonho adolescente de VIVER UM GRANDE AMOR ele aparece... Então bora parar de nos sabotar e "descanar" pra valer desta "saga da jubarte". Bjo grande e boa sorte

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  3. Ai meu Deus , tem certeza que você não me descreveu?! Parece demais comigo !!kkkkkkkkk mas um dia aprenderemos a escolher(espero)! Beijos

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